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Zuckerberg lança o Graph Search, ou “o Google do Facebook”

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Mark Zuckerberg mais uma vez apareceu diante de jornalistas, com sua mesma roupa descolada, para informar mais uma novidade de sua rede social (que ele mesmo afirma ser “uma ideia idiota”… porém, altamente lucrativa), o Graph Search, um mecanismo de busca inteligente e exclusivo para os usuários do Facebook buscarem o que quiser dentro da rede. Isso é, o que quiser, dentro daquilo que outros usuários autorizarem. Mas, basicamente, Zuckerberg quer adicionar um “Google dentro do Facebook”. Vamos entender melhor isso.

O que torna o Graph Search algo relativamente interessante é que (na teoria) ele é um sistema de busca privado, ou como gosto de dizer “dentro da caixa”. Fora dela, o usuário só vai poder localizar em outros mecanismos de busca se a pessoa está ou não no Facebook e informações mais triviais do usuário. Já dentro do Facebook e utilizando o Graph Search, é possível fazer buscas mais detalhadas e de dados mais relevantes adicionados pelo usuário dentro da rede, uma vez que a busca fica restrita aos dados dos bancos de dados do próprio Facebook.

Você pode achar que, com essa somatória, o espectro de busca será bem limitado. Ledo engano. O número de usuários do Facebook cresce a cada dia (apesar de algumas perdas localizadas de usuários, mas disso eu falo mais para frente nesse texto), e os usuários ativos mandam muito, mas MUITO conteúdo todos os dias para os servidores da rede social. Com isso, essa base de dados é praticamente um organismo vivo, que cresce constantemente, e que pode aumentar de forma considerável com o passar dos anos. E uma vez que agora ela fica dentro de um ambiente fechado, pode agregar um maior valor e relevância para os próprios usuários do Facebook.

Na prática (ou pelo menos essa foi a ideia que Zuckerberg deixou transparecer na coletiva), os usuários poderão fazer buscas mais objetivas sobre informações relacionadas a outros usuários cadastrados na rede social. Mas… a pergunta que (sempre) fica é: e a nossa privacidade?

Zuckerberg pensou nisso, e praticamente jurou de pés juntos que a privacidade do usuário seria preservada, e pelo próprio usuário. O Graph Search vai permitir que o usuário da rede decida quais dados serão adicionados no sistema de busca, entre fotos, vídeos, atualizações de status, compartilhamentos e qualquer outro tipo de utilização que o mesmo tenha feito desde o momento de sua entrada no Facebook. Se ele quiser, ele nem participa do Graph Search. Os únicos dados que serão encontrados sobre o usuário são o seu nome, daquilo que gosta, restaurantes indicados… enfim, coisas triviais e consideradas inofensivas.

Confesso que esperava alguma iniciativa mais pensada para o mundo mobile, algo que o próprio Facebook está investindo muito nos últimos meses (inclusive buscando a todo custo melhorar a experiência de seus aplicativos para Android e iOS). De qualquer forma, é uma interessante adição que, como disse lá em cima, tem como principal objetivo agregar valor ao Facebook, criando uma base de dados que, se bem explorada, pode ser uma mina de ouro para anunciantes e empresas. É claro que sempre vem aquela velha questão da privacidade na rede, mas não resta dúvidas que um dos objetivos a serem alcançados é esse. Vide o próprio Google, que tem dados de praticamente todo mundo que está vivo na Terra. O Facebook quer o mesmo de seus 1 bilhão de usuários.

Zuckerberg faz esse lançamento quando começa a se colocar em xeque algumas de suas iniciativas. Um dia antes do anúncio do Graph Search, o AppStats revelou que os números de usuários ativos do Instagram, empresa que agora pertence ao Facebook, caiu pela metade, um mês após serem anunciadas as novas políticas de utilização das imagens postadas pelos usuários no serviço. Ao mesmo tempo, foi informado que o Facebook no Reino Unido perdeu aproximadamente 600 mil usuários em dezembro. E em um país onde pelo menos metade da população conectada usa a rede social de forma ativa.

São pequenas grandes pulgas atrás da orelha de Mark, que por enquanto só são números, mas que podem ser um ponto de fissura na organização mais descolada do mundo (mais até do que o Google, dizem alguns). Mark deve ficar de olho nisso. Muitos analistas afirmam que o declínio do Facebook acontece dentro de cinco anos, e muitos analistas gostariam de estar certos de ver o declínio da rede social. Por que? Simplesmente porque incomoda ver um moleque de pouco mais de 30 anos de idade ser uma das pessoas mais ricas do mundo. E com “uma ideia idiota”.

O Graph Search começa a entrar em atividade (em estágio beta) nas contas de alguns usuários do Facebook em breve.


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@oEduardoMoreira