Meu dia é muito corrido. Estou o tempo todo fazendo alguma coisa: verificando e-mails, gravando vídeos, escrevendo posts. Mas entre uma tarefa e outra, sempre tem algum ofício que fica para depois. Algo que não é menos importante, mas que também é considerado como “algo não urgente”.
O dia a dia de milhões de pessoas deixam essas tarefas se acumulando. Quando vamos atendê-las, sempre tem um imprevisto que nos obriga a abandoná-las. Pode ser um imprevisto voluntário, mas em regra, nós sabotamos a nós mesmos.
A procrastinação é um misterioso e apaixonante fenômeno resultante da produtividade. Atrasar as tarefas chatas por qualquer motivo é uma forma de tentar ser feliz, ao mesmo tempo que pode se transformar em um problema a longo prazo.
Mesmo conscientes disso, acabamos sabotando a nós mesmos. E existem boas razões para isso:
– São tarefas chatas
– Inicialmente, são tarefas difíceis de serem realizadas
– Não oferecem qualquer tipo de recompensa
– Não entendemos muito bem o seu objetivo, ou para que elas servem
– Nosso desempenho é frustrante
Em resumo, são tarefas muito desagradáveis, e nossa natureza atua em consequência. Nosso cérebro identifica tais tarefas como algo negativo, e desencadeia uma série de estratégias para nos manter longe delas.
Boa parte da nossa resistência à procrastinação vem das dimensões percebidas da tarefa. Se enfrentamos tarefas com longas jornadas de trabalho, um bom truque seria trabalhar em turnos menores, para superar o obstáculo psicológico de tentar terminar algo que parece ser interminável.
Outro truque é reduzir as janelas de tempo para essas tarefas. Se 20 minutos é muito, tente 15 ou 10 minutos. Em algum momento, você será obrigado a aceitar o fato que deve começar a fazer o que precisa ser feito, e só parar quando terminar.
A procrastinação é vista como um câncer para a produtividade, mas… é realmente isso?
Há quem diga que não. Que é apenas um mecanismo humano motivado pelo cérebro, onde por trás disso há muitas boas vibrações. Até porque fazer o que a gente gosta dá prazer, e não tem como isso ser ruim.
É uma teoria chamada “procrastinação produtiva”: se estamos de bom humor, com certeza seremos mais produtivos.
Outros teóricos sustentam que a procrastinação nos leva a solução mais rápida para aquela tarefa.
Aqui, a teoria é que o trabalho se expande a ponto de preencher o tempo disponível para que ele termine. Ou seja, quanto menos tempo temos para fazer algo, mas rápido e eficiente vamos realizar essa tarefa.
Porém, se uma tarefa não tem prazo de vencimento, ela corre o risco de se eternizar. Seja uma tarefa pessoal com recompensa imediata, como transferir documentos do Dropbox para o OneDrive, ou simplesmente trocar as lâmpadas de casa por novas LEDs.
Para essas tarefas, vale a pena dedicar um dia específico para isso, e se impor uma recompensa: “se eu conseguir trocar a lâmpada da cozinha, poderemos jantar naquele cômodo”.
É simples, mas funciona.
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